Escrito à penas:

"As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar vale a pena ter nascido"
"Cigarros são a forma perfeita de prazer : elegantes e insatisfatórios"
"O diabo é muito otimista se pensa que pode piorar os homens"
"Para estar junto não é preciso estar perto, e sim do lado de dentro"
"A maior dor do vento é não ser colorido"
"A beleza está em todos os cantos, depende apenas dos olhos geniosos de quem observa o infinito"
"A solidão não é estar sozinho e sim fechar seu coração"
"A vida é aquilo que acontece enquanto você planeja o futuro"

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Lá.




Lá menor é como começo minha canção.
Vou dedilhando por sobre as cordas;
Logo mudo, mundo mudo de um acorde em sol;
As linhas cantadas, improvisadas, vou deixando o som soar.
Quando eu estiver inacabado, de dedos inchados;
Irei acordar.

Minha música não faz sentido sem um pulo atrevido em uma nota desconexa;
Minha música só faz sentido virando a esquina do sonhar, mergulhando no poço absurdo do querer e não ganhar.

Mas quando ela recomeça, te vejo dançar.
E ao mesmo tempo que prefiro me calar você começa a cantar;
Todas as mesmas tortas notas do manuscrito empobrecido;
Hoje apenas gostaria de parar, mas está frio aqui.

Tentarei repassar de MI(m) para um corpo SÓ(L);
Estaremos aquecidos, desinibidos e divididos...

...(duas almas) em um corpo só.



- Mas este LÁ, não será a nota a me acompanhar...e sim, da onde estarei sentado. Naquele mesmo lugar.


by Rafa Borghetti



...para "lá" onde estarei daqui poucos dias.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Por que não?



"- Temos que seguir em frente, não parar até chegarmos lá.
- Para onde vamos, cara?
- Não sei, mas temos que seguir em frente."

"Até hoje me perguntam por que resolvi juntar meus trapinhos e partir para a Austrália. Até hoje respondo: Por que não?" >> On the Road de Jack Kerouac <<


Estive em muitos lugares.
Sei que devo ir, apenas ir.
Eu vou.
Já estive lá, mas o gosto de primeira vez me vem a boca.
As cores vão mudando com as horas, hora verde musgo; hora azul miosótis; hora vermelho enervante...
Horas daltônicas.
O tempo está definhando me olhando passar.
Eu passo.
E quando eu estiver lá estará na hora de voltar.
Voltarei...

Só me falta descobrir pra onde voltar.



by Rafa Borghetti




...para quando eu me encontrar.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Reviravolta!



Aprendi a sonhar calado.
A ficha ainda não caiu, mas vai cair.

E esta vida me revolta? Não! Revira e volta (pra mim) (pra ti).

Destiny?


by Rafa Borghetti



...para "quem sabe um dia".

terça-feira, 15 de junho de 2010

Estúdio vital.

Tentamos criar ilusões de uma vida melhor, é assim mesmo...

O roteirista chora por um final não escolhido. Final? Oculto!
Ele ouve a voz do diretor socar-lhe os tímpanos...

Cantarolando canções de liberdade fez de conta que estava novo em folha, renovado. Mas não estava. Contracenar com a vida real.

Virando a página do dia por detrás do sol que se esconde no Guaíba: SILÊNCIO! Escute a trilha sonora.
Quase todos os dias receberá um novo roteiro. Cabe a ele o que.

Sou, apareço, cresço, brinco, pulo, minto.
Cresçer, viver e reviver. Tudo não passa de meras cenas.

O amor, ah! O amor.
A dor, oh! A dor.

Por vezes aqui, por vezes acolá. Não importa, me encontro dentro de mim, dentro de ti e por entre rins diários.
Lábios trogloditas.
Corpos em chamas.
Aparências lúgubres...

Contigo é sigilo, com ela é status.
Com uma qualquer, prazer. Prazer visceral.
Dentes afiados, carne molestada, sorriso inculto...meu segredo absoluto.

Seja profundo. Seja você.

CORTA! Deu de ombros, por de fronte ao espelho..chorou.



by Rafael Borghetti




...para o teatro diário.


quarta-feira, 9 de junho de 2010

A vida segue um rumo.

Pessoas apenas existem invés de viver...enquanto um brinca o outro chora.
Pessoas de coração aberto, mentalidade oscilante e alma livre para todos os sentimentos, sofrem por saber que nada continua, tudo se transforma...mas me impressiono com a capacidade humanística de trasformar sentimentos em pó.


by Rafa Borghetti




...para todos, assim como eu, de espírito livre que vagam entre as linhas dos sentimentos.


- És gratificante.

Abraço-te em pensamento.



Ele acabara de lembrar de como ela encaixava suavemente em seus braços...
De como seu pequeno corpo o atraía...
De seu olhar suspirante...
Suas palavras com sotaque interiorano..

Ele acabara de lembrar de como suas mãos ficavam frias enquanto sentados no degrau...
De como ela sorria e dava pulinhos de alegria ao vê-lo...
De seu ciúme escondido atrás de frases rasgadas...
Seus sonhos de conhecer pessoas de longe...

Ele acabara de lembrar da noite de rock...
De como ela estava linda desviando o olhar de seus "glazes"...
De seu modo covarde de sentir, mas não menos verdadeiro...
Seus pensamentos inacabados...

Ele acabara de lembrar dos verdes, aqueles verdes...
E...ele acabara de lembrar que tudo acaba.


- Talvez não precise ter um fim...
- Talvez ainda não exista um fim.



by Rafa Borghetti



...para a lembrança dele.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Cuspindo estrelas.

Ontem a noite, naquele velho parquinho abandonado sentei à contemplar o céu.
A noite estava linda, a noite estava fria...minha alma, congelada.

A luz da lua era ofuscante entre aqueles galhos de árvores que tentavam impedir seu brilho.

Daquele balanço avistava o tudo e o nada. Filetes de luzes alaranjadas cortavam em fatias amargas a neblina que finda a noite.

A noite estava realmente linda, a noite estava fria...minha alma, agora projetada.

Naquele parquinho de brinquedos velhos e enferrujados, abandonados e esquecidos, alguém um dia brincou, se balançou, correu, pulou e morreu. Eu morri.

Aquele que um dia esteve lá, e não ali, agora está longe, longe de minha alma congelada e projetada. Sinto falta.

A noite estava realmente fria, a noite estava linda...minha alma, não importa.

Eu morri.


by Rafa Borghetti



...para a vida.




A Abóboda Estrelada - Van Gogh